Técnicas de Terapia Cognitivo Comportamental

Transcrição abaixo:

Se você é estudante de Psicologia ou Profissional da área, deve conhecer, nem que um pouco, sobre a terapia cognitivo-comportamental ou terapia cognitiva. Uma das dúvidas mais comuns dos interessados pela TCC é sobre as técnicas ou intervenções mais utilizadas. Com esse vídeo, responderei essa dúvida que muitos me perguntam.


Restruturação Cognitiva e Resolução de Problemas

Quando falamos da parte do tratamento em Terapia Cognitiva, nós falamos sobre 2 pilares principais para ajudar o paciente. A restruturação cognitiva e a resolução de problemas.

A restruturação cognitiva é o pilar principal da TCC que buscar, como o nome mesmo diz, restruturar a cognição do indivíduo. Nós começamos com a Identificação dos Pensamentos Disfuncionais que trazem a ansiedade exagerada, a tristeza exagerada, a raiva exagerada… pensamentos que levamtambém, o indivíduo ter comportamentos de fuga, evitação, isolamento, agressividade, basicamente, comportamentos que prejudicam suas relações, suas atividades, o alcance de seus objetivos, que mantêm seu transtorno ou dificuldade e podem até mesmo piorá-los.

Depois da Identificação desses pensamentos nós temos alguns caminhos.

O primeiro, é o de avaliação dos pensamentos, buscar as evidências a favor e contra o pensamento e respondê-los de maneira mais funcional. O segundo, é o da aceitação. Aceitar que o pensamento está alí e que ele não te causará nenhum mal… deixando ele ir embora… sozinho.

Na Resolução de problemas, nós identificamos a capacidade do indivíduo de resolver seus problemas do dia dia, discutimos maneiras de solucionar o problema, colocamos em prática e ensinamos essa habilidade.


Questionamento Socrático

Se você já conhece a terapia cognitiva, já deve ter escutado sobre os Questionamentos socráticos.

Esses questionamentos, são considerados a técnicas principal da terapia cognitiva e nada mais são que um direcionamento que o terapeuta faz para que o paciente consiga identificar, avaliar e responder, de certo modo, sozinho, os seus pensamentos disfuncionais.

Há uma lista de pensamentos básicos que nós podemos seguir, mas com a experiência e, dependendo do caso, podemos fazer questionamentos diferentes.


Os questionamentos mais comuns, que você pode utilizar como base e treino são os seguintes:


Para buscar evidências da validade do pensamentos, você pode perguntar:

- Quais evidências que apoiam esta ideia?

- Quais são as evidências contra esta ideia?


Depois disso, podemos reforçar ainda mais a disfuncionalidade do pensamento questionando sobre algumas Interpretações alternativas:

- Qual seria a reação de outra pessoa que não sentisse e nem pensasse como você?

- Qual conselho você daria para uma outra pessoa que passou ou passa pela mesma situação?

- Há outro pensamento que explique a mesma situação? Existe uma explicação alternativa?

- Quais as evidências a favor dessas alternativas?


Como motivador para o cliente se desligar do seu pensamento, da sua ideia exagerada, podemos questionar:

- Qual é a sua meta nesta situação? O que você deseja atingir? 

- O Pensamento Disfuncional (PD) ajuda ou atrapalha na realização da sua meta?


Quando lidamos com pensamentos bem exagerados, catastróficos, que chamamos, quando o paciente pensa que consequências terríveis acontecerão, podemos partir para a Descatastrofização:

- O que de pior pode acontecer se o PD for verdadeiro? Você conseguiria superar isso ou já superou algo parecido?

- O que é o melhor que poderia acontecer?

- Qual é o resultado mais realista?


Fazer essa descatastrofização, de trazer o pior e o melhor que pode acontecer, pode ajudar o paciente perceber que ele está exagerando. E também lembrá-lo que ele já passou por algo parecido no passado mas que hoje ele está bem.


Para descobrir crenças, os questionamento pode ser um simples:

- O que significa o PD? O que ele diz sobre você?

Ou, se ele for verdadeiro, o que isso diz sobre você?


E Novamente, para reforçar as novas ideias e buscar uma mudança, podemos questionar:

- Qual o efeito da minha crença neste PD?

- Qual o efeito de eu mudar o meu pensamento?

- O que eu deveria fazer em relação a isso?

- Qual o efeito de se crer em uma interpretação alternativa?

- Vantagens e desvantagens de continuar crendo no PD.

- Como posso pensar, sentir e agir diferente, caso a situação ocorra novamente


Com isso, podemos escrever então o Cartão de Enfrentamento. Que é o próximo passo ou técnica que vou falar.


Cartão de Enfrentamento

Depois então de fazermos os questionamentos, e termos uma boa ideia de como responder o pensamento disfuncional, montamos um cartão de enfrentamento. Esse cartão de enfrentamento pode ser feito de várias maneiras, no celular, em papel, em um caderno, agenda… o que o paciente achar melhor.

Nós podemos começar ele colocando qual o pensamento disfuncional estamos respondendo… para que o cliente não se perca. Depois, pegamos todas as respostas que o cliente deu aos questionamentos e fazemos um parágrafo, um resumo com elas. 

Depois disso, colocamos esse cartão de enfrentamento como um plano de ação e combinamos com o paciente para que ele leia diariamente e quando o pensamento disfuncional aparecer. Isso para reforçar seu novo pensamento e ajudar com que ele tenha respostas mais funcionais. Podemos definir também um horário específico para leitura… e até mesmo colocar um despertador para tal. De preferência, durante a sessão.


Experimento Comportamental e Exposições - Testar pensamentos e novos comportamentos.

O Uso dos Questionamentos e do Cartão de Enfrentamento, são técnicas importantes que, quase sempre, andam juntas para um melhor resultado no médio e longo prazo. Somente essas duas técnicas, já conseguimos fazer a reestruturação cognitiva de grande parte dos pensamentos automáticos disfuncionais.

Quando isso não acontece, ou precisamos de um reforço maior, nós lançamos mão de outras técnicas da TCC: o experimento comportamental e as Exposições.

Os experimentos comportamentais e as exposições, servem para que o paciente consiga testar seus pensamentos disfuncionais. Tanto os pensamentos disfuncionais sobre o perigo da situação, quanto sobre a sua capacidade de lidar com a situação e suas possíveis consequências. A ideia é demonstrar que, na maioria das vezes, seus pensamentos são exagerados, nós conseguimos demonstrar que a situação é menos terrível do que parece ser e que ele é mais capaz do que imagina. 

Mas como fazemos esses experimentos? simplesmente jogamos o paciente na situação?

Não. Nós utilizamos das outras duas técnicas que já citei para que o cliente consiga lidar com seus pensamentos disfuncionais durante o experimento e consiga uma conclusão mais positiva.

No preparamento do experimento comportamental, verificamos qual o medo do paciente, desafiamos seus pensamentos, escrevemos um cartão de enfrentamento e perguntamos possíveis empecilhos e pensamentos que possam aparecer. Desafiamos isso também. Nós buscamos estar preparados para a maioria dos pensamentos ou eventos que possam acontecer durante o experimento.

Determinamos então quando e como será feito o experimento. Ele é colocado em prática durante ou fora da sessão, a ansiedade do cliente é avaliada durante o evento e os resultados são avaliados, comparando como ele achava que ficaria e lidaria com a situação e, como ele realmente ficou e lidou.


Todas essas Técnicas ajudam na reestruturação cognitiva e o cliente vai ficando cada vez mais confiante, tendo melhora dos sintomas e aprendendo como lidar com seus pensamentos.

A Última coisa que vou falar hoje é sobre a Resolução de Problemas. Como eu disse anteriormente, a terapia cognitiva trabalha na Reestruturação cognitiva e na resolução de problemas. E como fazemos essa segunda? Utilizando as técnicas anteriores.

Quando o cliente tem uma dificuldade, como por exemplo, de tomar decisões, nós podemos fazer um questionamento sobre seu medo de tomada de decisões, podemos fazer um brainstorming de todas as soluções, avaliar cada solução, fazer uma lista de vantagens e desvantagens de cada possível solução ou escolha, avaliar cada resposta com mais questionamentos, montar um cartão de enfrentamento e testar os medos com um experimento… através de escolhas menores.

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