Transcrição abaixo:

Quando falamos da Definição da Terapia Cognitivo-Comportamental, dizemos que ela é uma terapia que é baseada no modelo cognitivo. E como é esse tão falado modelo cognitivo? E porque ele é tão importante para conseguirmos ajudar nossos pacientes/clientes com seus transtornos e dificuldades?

Vou falar sobre tudo isso agora.


O Modelo Cognitivo é representado pelo seguinte diagrama:


SITUAÇÃO -> PENSAMENTO AUTOMÁTICO -> REAÇÕES (EMOÇÃO, COMPORTAMENTO E RESPOSTA FISIOLÓGICA)


Esse diagrama nos mostra que quando estamos com uma emoção negativa muito forte, como uma tristeza exagerada, uma ansiedade exagerada ou uma raiva exagerada, ou quando temos um comportamento disfuncional como uma reação agressiva, um isolamento ou evitação, essas reações não são causadas pela situação ou evento que estamos vivenciando.

Apesar de termos o costume de dizer que ficamos de um modo X ou Y por conta da situação Z ou N, na realidade, o modelo cognitivo nos mostra que o que causa nossa reações são as nossas interpretações das situações e eventos que estamos vivenciando.

Então, dependendo de como eu ver, de como eu interpretar ser ignorado por um amigo na rua, por exemplo, posso ter uma reação bem diferente da sua e às vezes uma reação bem mais disfuncional, mesmo se você também tenha sido ignorado na rua por um amigo.

Voltando então ao modelo, nós da terapia cognitivo-comportamental, teorizamos que todos eventos que acontecem com o indivíduo, todas situações em que ele se encontra, gera uma interpretação, um pensamento que nós chamamos de pensamento automático.

Automático porque? porque ele simplesmente aparece em nossa cabeça, nós não paramos para pensar nele, ele simplesmente aparece. Esse pensamento pode vir em um formato verbal ou de imagem. Usando o exemplo do amigo não me cumprimentar na rua, posso verbalmente pensar que “eu fiz alguma coisa para ele… e ele deve estar bravo”, que “ele não gosta mais de mim… ou nunca gostou de mim”, etc. Nas imagens, posso imaginar ele fofocando pelas minhas costas que me acha um trouxa ou coisas assim.

Quando esses pensamentos automáticos então aparecem, eles nos geram reações. Essas reações são uma Emoção, um Comportamento e uma Resposta Fisiológica. Ficamos então felizes, tristes, ansiosos, com medo, com raiva…. temos um comportamento normalmente relacionado com nossa emoção, na raiva, por exemplo, podemos ser agressivos verbalmente ou fisicamente, na ansiedade podemos evitar situações futuras ou sair de onde estamos, etc.

E as respostas fisiológicas acontecem, normalmente também relacionadas à emoção… o coração pode começar a bater mais forte, podemos começar a suar mais, ter falta de ar ou dor de barriga. 

Importante falar que algumas pessoas, pelas respostas fisiológicas delas não serem muito relevantes, elas podem nem perceber alguma alteração.

Tudo isso que o modelo cognitivo nos mostra está presente em todas as pessoas e em todas situações da nossa vida. Mesmo situações que não são consideradas negativas. Ao mesmo tempo, importante falar que não é porque sentimos uma tristeza ou uma ansiedade que há algum problema em nossa cognição, em nossa interpretação. O problema acontece quando temos reações exageradas.


O Problema: Pensamentos Disfuncionais.

Sentir então Emoções negativas é completamente normal, faz parte de nossa vida e todas emoções possuem sua função. O problema, como disse, são as emoções exageradas. Sentir uma tristeza muito além do considerado normal para determinado acontecimento, uma ansiedade muito além também, a ponto de você evitar situações importantes e acabar tendo prejuízos, são reações significativas que temos que ficar atentos.

Quando temos reações exageradas, que nos causam um sofrimento além do normal, além do que consideramos suportável e que nos levam a ter comportamentos de segurança, que em um primeiro momento achamos que nos ajuda, mas que podem nos trazer prejuízos significativos nas mais diversas áreas da vida, quando temos essas reações, é bem provável que estamos sendo influenciados por Pensamentos Disfuncionais. São Pensamentos Automáticos… mas disfuncionais.

Esses pensamentos disfuncionais são gerados pelas nossas crenças disfuncionais sobre nós mesmos, o mundo e o futuro, e você pode conferir um vídeo sobre elas aqui nos cards ou na descrição.

Tendo então pensamentos disfuncionais, podemos desenvolver transtornos sérios como os transtornos depressivos, transtornos da  ansiedade e transtornos alimentares, além de piorar nossa capacidade de resolução de problemas, nos mantendo com problemas em nossos relacionamentos, em nosso desempenho profissional ou acadêmico e fortalecendo uma baixa autoestima.

Em nosso dia a dia, não temos a tendência de identificar nossos pensamentos automáticos disfuncionais facilmente, mas é bem provável que você consiga, assim como eu, identificar quando se sente mais triste, mais ansioso, irritado, se vê mais agitado, com a respiração superficial, suando mais, além de perceber muitos outros sinais emocionais, comportamentais e fisiológicos.

A partir disso, nós treinamos a identificação dos pensamentos automáticos com uma simples pergunta: O que está passando na minha cabeça neste momento? Ou o que poderia ter passado na minha cabeça?

Quando treinamos isso, conseguimos começar a notar como nossos pensamentos influenciam nossas reações. Principalmente nossas reações negativas.

Depois de entender então como o modelo cognitivo funciona, acho bacana falar da importância dele no tratamento da terapia cognitivo comportamental.


Importância do Modelo Cognitivo

Um dos maiores benefícios do Modelo Cognitivo é nos ajudar a identificar o nosso funcionamento frente as mais variadas situações e eventos. Conseguimos entender que apesar de não termos controle sobre o que acontece no mundo externo e até mesmo conosco, em alguns momentos, ainda temos controle de nossas interpretações e atenção. Isso nos tira o sentimento de impotência e nos traz para o protagonismo de nossas reações.

Você pode não ter controle sobre a situação, mas pode controlar como reage à ela. Melhorando suas interpretações.

O modelo cognitivo nos mostra também os ciclos de manutenção que podemos estar submetidos e que nos mantém em algum transtorno ou com algum problema. Quando voltamos ao modelo cognitivo básico, podemos nos pegar em ciclos quando os nossos pensamentos ou reações se tornam novos eventos elicitadores de pensamentos automáticos disfuncionais.

Posso pensar que minha ansiedade é terrível, que meu comportamento é inaceitável ou que minha resposta fisiológica significa que terei um ataque cardíaco. Tudo isso, dependendo das interpretações de cada indivíduo, pode nos ajudar a notar a presença de transtornos específicos como o Transtorno de Pânico, o TOC, a Ansiedade Social, a Depressão e muitos outros.

Ao mesmo tempo, conseguimos perceber porque o indivíduo não consegue sair de seu problema ou transtorno. Já que seus ciclos o mantém sem desafiar seus pensamentos disfuncionais, de mostrar que ele está exagerando o evento ou subestimando sua capacidade.

Quando falamos do tratamento na Terapia Cognitiva, o Modelo Cognitivo vai nos mostrar quais pensamentos temos que focar para a melhora dos sintomas e quais comportamentos precisamos alterar para quebrar os ciclos de manutenção.

O primeiro passo para tudo isso, é entender que nossos pensamentos são idéias, não fatos. Eles não possuem todo poder que podemos pensar que eles possuem e não são verdades absolutas. Muitas vezes, na verdade, eles podem ser mentiras absurdas. Você pode ver minha playlist sobre os Pensamentos aqui nos cards ou na descrição.

Na TCC então, com ajuda do Modelo Cognitivo conseguimos auxiliar o paciente/cliente identificar seus pensamentos disfuncionais, desafiar seus pensamentos e buscar respostas alternativas mais funcionais. Respostas que vão gerar novos modelos e novos ciclos mais funcionais.

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